PCDF mira sonegadores de imposto na venda de grãos

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A investigação aponta indícios de um esquema criminoso criado para sonegar o ICMS devido ao Estado de Goiás pela venda de grãos, notadamente milho e soja, para outros estados por meio de empresas de fachadas

Investigações apontam indícios de esquema criminoso criado para sonegar Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), devido ao estado de Goiás.

O valor atualizado de sonegação das empresas envolvidas já passa dos 100 milhões de reais. O imposto refere-se à venda de grãos, notadamente milho e soja, para outros estados por meio de empresas de fachadas criadas em nomes de laranjas para dissimular os verdadeiros responsáveis pelo pagamento do tributo.

Entre milho, soja, sorgo, milheto e feijão, totalizando 284.589 mil toneladas de grãos, o resultado foi de R$470,5 Milhões de commodities comercializadas. Desse total, R$50,6 milhões de impostos foram originalmente suprimidos. A operação denominada “Peneira de Vime” bloqueou 60 milhões de reais das contas dos investigados. Cumpriu diversos mandados em cidades do Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins e no Distrito Federal. No total, a operação cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão temporária e suspendeu as atividades de 17 empresas investigadas no Goiás e em outros estados.

As pessoas físicas e jurídicas que estão sendo investigadas chegam a um total de 33 pessoas, sete mandados de prisão foram expedidos e quatro pessoas já foram presas. As ações são fruto de ação integrada entre a Polícia Civil do Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), em conjunto com a Secretaria de Estado da Economia (SECON), que deflagraram a operação nesta quinta-feira (11).

A fraude começa no produtor de grãos que pretende não recolher os tributos devidos relativos a sua atividade rural, em seguida o corretor de grãos, que representa o elo entre o produtor e a indústria, oferece a “vantagem” da venda de grãos sem necessidade do produtor emitir documentação fiscal. A indústria de grãos normalmente sabe da fraude, porém age como se não houvesse. Não abre mão da nota fiscal pois precisa se creditar do ICMS destacado nesse documento. Quando questionada a indústria alega boa fé, pois os grãos foram adquiridos de empresas regulares, inclusive comprova o pagamento da negociação diretamente na conta corrente da empresa que teria emitido a nota.

O corretor de grãos intermedeia a venda entre o produtor e a indústria, encomendando às noteiras os documentos fiscais necessários para realizar a operação comercial. Por fim, a noteira emite nota fiscal para indústrias de destino dos grãos, permitindo que essa se credite de 12% do valor da operação. Todo esse esquema era feito para dificultar o rastreio da fraude.


Fonte: Jornal de Brasília