”Tem que partir do Paulo Guedes”, diz senador sobre reforma tributária

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Ainda que o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), trabalhem para fazer a proposta avançar de vez, o clima entre os parlamentares é de descrédito

Na véspera da apresentação do parecer sobre a reforma tributária, parlamentares ligados à discussão da proposta, e que inclusive integram a Comissão Mista que debate o tema, ainda não sabem qual será o teor do relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Membros do colegiado relataram hoje ao Congresso em Foco que só devem ter conhecimento da proposta amanhã, às 15h, na sessão destinada à apresentação do texto.

Ainda que o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), trabalhem para fazer a proposta avançar de vez, o clima entre os parlamentares é de descrédito. Integrante da Comissão Mista da Reforma Tributária, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), critica que, após quase dois anos e meio de governo, não há clareza sobre o que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pensa sobre a reforma.

“Isso tem que necessariamente partir do seu Paulo Guedes, ele é o grande responsável”, afirma o parlamentar, para quem o Ministério da Economia deveria liderar os estudos e propor uma reforma clara, ampla e com “começo, meio e fim”.

Na visão do senador, Guedes tinha de apresentar algo didático, que fosse de fácil compreensão de empresários, da população e de governadores, baseada na simplificação de pagamento de tributos e na manutenção da carga tributária atual, sem aumentos. "E ele nunca mandou", concluiu o senador.

Assim como outros parlamentares afirmaram ao Congresso em Foco nos últimos dias, Oriovisto não vê com bons olhos a estratégia de fatiar a reforma. “O manicômio [tributário] continua e toda vez que mexeram a carga tributária aumentou”, diz.

O senador, que é economista, acredita cada vez menos na aprovação da reforma tributária e acrescenta que, se não aprovar neste ano, a medida já não conseguirá passar pelo Congresso neste governo. “Tem que ser um presidente que tenha liderança nacional para convencer governadores, para convencer empresários, tem que ser alguém confiável”, resume.

Fonte: Congresso em Foco