Taxas de juros sobem pelo 3º mês seguido, aponta Anefac

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A taxa de juros de fevereiro para pessoa física é a maior desde abril de 2020; juros do cartão de crédito estão em 262,92% ao ano.

As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas voltaram a subir em fevereiro, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). É a terceira alta seguida, após oito meses de queda até novembro de 2020.

Todas as seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas aumentaram as taxas de juros no mês (cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e financeiras) - veja mais detalhes abaixo.

Pessoa física
Houve aumento de 1,07%, passando a taxa de juros de 5,61% ao mês (92,51% ao ano) em janeiro para 5,67% ao mês (93,83% ao ano) em fevereiro - a maior desde abril de 2020 (5,69% ao mês – 94,27% ao ano).

Cartão de crédito
Houve uma elevação de 1,34%, passando a taxa de 11,19% ao mês (257,10% ao ano) em janeiro para 11,34% ao mês (262,92% ao ano) em fevereiro - a maior desde março de 2020 (11,36% ao mês – 263,71% ao ano).

Cheque especial
Houve uma elevação de 0,85%, passando a taxa de 7,10% ao mês (127,76% ao ano) em janeiro para 7,16% ao mês (129,29% ao ano) em fevereiro - a maior desde maio de 2020 (7,23% ao mês – 131,10% ao ano).

Empréstimo pessoal - bancos
Houve uma elevação de 0,94%, passando a taxa de juros de 3,18% ao mês (45,59% ao ano) em janeiro para 3,21% ao mês (46,10% ao ano) em fevereiro - a maior desde maio de 2020 (3,27% ao mês – 47,13% ao ano).

Empréstimo pessoal - financeiras
Houve uma elevação de 0,64% passando a taxa de juros de 6,21% ao mês (106,06% ao ano) em janeiro, para 6,25% ao mês (106,99% ao ano) em fevereiro - a maior desde junho de 2020 (6,27% ao mês – 107,46% ao ano).

Juros do comércio
Houve uma elevação de 0,43%, passando a taxa de 4,66% ao mês (72,73% ao ano) em janeiro para 4,68% ao mês ( 73,13% ao ano) em fevereiro - a maior desde julho de 2020 (4,70% ao mês – 73,52% ao ano).

Crédito direto ao consumidor – financiamento de automóveis
Houve uma elevação de 1,49%, passando a taxa de 1,34% ao mês (17,32% ao ano) em janeiro para 1,36% ao mês (17,60% ao ano) em fevereiro - a maior desde julho de 2020 (1,38% ao mês – 17,88 ao ano).

Pessoa jurídica
Houve uma elevação de 1,37%, passando de 2,92% ao mês em janeiro (41,25% ao ano) para 2,96% ao mês (41,91% ao ano) em fevereiro - a maior taxa de juros desde julho de 2020.

Motivos
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, entre os fatores que contribuíram para a alta estão:

  • Aumento dos juros futuros;
  • Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior;
  • Expectativas com a provável elevação dos índices de inadimplência por conta do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento do Auxílio Emergencial, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito.

Taxa de juros x Selic
Considerando a variação da taxa básica de juros (Selic) de março de 2013 a fevereiro de 2021, houve uma redução de 5,50 pontos percentuais (ou 72,41%), de 7,25% para 2% ao ano em fevereiro. Neste período, segundo a Anefac, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 5,86 pontos percentuais (elevação de 6,66%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 93,83% ao ano em fevereiro de 2021.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma redução de 1,67 pontos percentuais (redução de 3,83%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 41,91% ao ano em fevereiro de 2021.

Tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, a tendência, para Oliveira, é que as taxas de juros possam ser elevadas nos próximos meses. Entretanto, algumas ações do Banco Central podem amenizar as altas como redução de impostos, compulsórios e reduções da taxa básica de juros.

Fonte: G1