Arrecadação federal tem queda real de 1,5% em janeiro, para R$ 180 bilhões
Informação foi divulgada nesta quinta-feira (25) pela Secretaria da Receita Federal. Resultado interrompe sequência de cinco meses de crescimento real na arrecadação.
A Receita Federal informou nesta quinta-feira (25) que a arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real (descontada a inflação) de 1,5% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2020.
Ao todo, a arrecadação somou R$ 180,221 bilhões no mês passado.
De acordo com dados da Receita, o resultado de janeiro deste ano interrompe uma série de cinco meses seguidos de crescimento real, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
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Apesar da queda na comparação com janeiro de 2020, os números oficiais mostram que o resultado ficou acima do registrado no mesmo mês em anos anteriores.
De acordo com a Receita Federal, o resultado de janeiro deste ano foi influenciado pela arrecadação extraordinária de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), além do IRPF, no valor de aproximadamente R$ 2,7 bilhões.
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Por outro lado, acrescentou o órgão, empresários lançaram mão, em janeiro, de compensações tributárias a que tinham direito, o que ajudou a derrubar os valores arrecadados pelo governo. Essas compensações são feitas por empresas que pagaram tributos a mais no passado.
As compensações, segundo o Fisco, subiram 38,41% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Elas passaram de R$ 16,668 bilhões, em janeiro de 2020, para R$ 23,097 bilhões no mesmo mês deste ano.
Compensações
A Receita Federal informou que, sem considerar os pagamentos atípicos e as compensações, haveria um crescimento real de 3,72% da arrecadação no mês de janeiro de 2021, para R$ 192,195 bilhões, contra R$ 185,310 bilhões no mesmo mês de 2020.
"Esse desempenho pode ser explicado pelo comportamento da economia e pelo crescimento da arrecadação do IRPJ/CSLL, especialmente, das empresas que fecharam seus balanços no mês de dezembro de 2020", informou o órgão.
De acordo com o Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a produção industrial subiu 10,16% em janeiro deste ano, contra o mesmo mês de 2020, enquanto as vendas de bens avançaram 4,2% e o valor das notas fiscais emitidas avançou 20%.
Por outro lado, as vendas de serviços recuaram 4,8% e o valor em dólar das importações caiu 16,7%.
Ele informou também que a redução para zero da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) até o fim do ano passado impactou para baixo a arrecadação de janeiro.
Segundo Malaquias, pela sistemática de arrecadação do tributo, o recolhimento é decendial. Com isso, os valores dos últimos dez dias de dezembro (com alíquota zero) foram pagos somente em janeiro.
A queda no repasse dos “royalties” do petróleo, devido à redução da produção ao longo de 2020, também influenciou a arrecadação em janeiro.
“Alguns campos de petróleo tiveram produção reduzida. Parte da redução da arrecadação está relacionada com as receitas não administradas, a majoritariamente aos royalties. Para nós, a trajetória de arrecadação [como um todo] continua em nível de retomada”, acrescentou.
Fonte: G1