De R$ 80 bi de diferimentos de tributos oferecidos pelo governo na pandemia, R$ 8 bi não regressaram aos cofres públicos

A arrecadação tributária do Brasil em 2020 foi de R$ 1,4 trilhão. O número representa queda de 6,91% em relação a 2019, se considerada a inflação. O resultado foi anunciado nesta segunda-feira (25/1) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para ele, a queda de arrecadação foi “branda” e “bem abaixo” do que estava previsto por economistas, agências e órgãos internacionais.

“Isso mostra o vigor da recuperação econômica. As expectativas no começo do ano eram de queda do PIB acima de 10% e um colapso na arrecadação. Em maio, a queda de arrecadação chegou a 30%, em relação a 2019”, explicou Guedes.

O ministro também destacou que houve um aumento na arrecadação de pequenas e médias empresas. Além disso, Guedes afirmou que de um total de R$ 80 bilhões de diferimentos de tributos oferecidos pelo governo durante a pandemia, “apenas” R$ 8 bilhões não regressaram aos cofres públicos. Para ele, o número indica que as “empresas pagaram os impostos diferidos”.

Na entrevista, o ministro criticou o pacote de ajuste fiscal no estado de São Paulo, que reduziu uma série de benefícios fiscais em determinados setores da economia. O pacote foi assinado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), um dos principais rivais e críticos do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Não somos um governo que vai aumentar impostos. Houve essa tentativa em São Paulo. Não concordamos com aumento de imposto, queremos simplificar e reduzir”, concluiu Guedes.

Vacinação e Reforma Tributária
Guedes acrescentou que a vacinação em massa é “decisiva” para garantir o retorno seguro da população ao trabalho e para a retomada do crescimento da economia brasileira. O ministro afirmou que o Brasil, no momento, tenta comprar “todos os tipos de vacinas” e que economia e saúde “andam juntas”.

Sobre as reformas estruturais em tramitação no Congresso, como a tributária, Guedes afirmou que chegou o momento de “limpar a pauta” do Legislativo, votar as reformas que estão paradas por causa da pandemia e permitir uma “retomada sustentável” da economia brasileira.

Fonte: Jota