Presidente da Volkswagen diz que 54% do preço do carro no Brasil é imposto e defende redução

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Pablo Di Si, presidente da Volkswagen do Brasil e América Latina, acredita ser necessário redução de imposto e definição de metas

O fechamento das fábricas da Ford no Brasil ainda está gerando repercussão. Além de a interrupção de uma história centenária, o fato deixou o mercado brasileiro ainda mais apreensivo. Afinal, o que se pode fazer para que a economia em geral (e o setor automotivo) evitem ainda mais prejuízos ao País? Durante uma live, o presidente da Volkswagen do Brasil e América Latina, Pablo Di Si, apontou que reduzir o imposto na cadeia automotiva é o principal caminho da indústria.

De acordo com ele, não é preciso ter benefícios fiscais, mas reduzir a carga tributária (imposto). Di Si afirma que, hoje, no Brasil, 54% do valor de um automóvel é apenas imposto. Só essa redução seria capaz de gerar condições para que as montadoras permaneçam no Brasil e programem outros investimentos, como os carros elétricos.

Para ele, é necessário olhar para o futuro e definir metas, “não como empresas, mas como governo”, aponta. “Queremos um País industrializado? Não falo só do setor automobilístico. Qual o futuro da indústria no Brasil? Vejo coisas na contramão, por exemplo, o aumento de impostos no Estado de São Paulo”, comentou Di Si durante a live.

Aumento de imposto
O executivo se refere ao aumento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos veículos usados e novos, que foram, respectivamente, de 1,8% para 5,3% e de 12% para 13,3%. “Precisamos definir essa parte estratégica. Em vez de ficar chorando, fazendo mimimi, o que não gosto muito, vamos trabalhar juntos para solucionar nossos problemas”, defende.

Ele acredita que, na agenda do Governo, é necessário apoiar não somente a redução tributária, mas simplificá-la. “Há muitos impostos no Brasil. Simplificando isso, já ajuda as empresas a colocar mais foco nas pesquisas com consumidores, na redução de custos, na parte logística. Precisamos aliviar a burocracia e liberar as empresas para serem mais leves e eficientes”, argumenta ele, que quer carros mais baratos para o consumidor a fim de girar o mercado.

Rota 2050
Di Si aponta que mesmo com atraso do atual programa, o Rota 2030, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Governo já vêm conversando sobre o Rota 2050. Seria este, de acordo com ele, um plano mais abrangente e de longo prazo. O executivo conta que a conversa para a criação do projeto existe desde o ano passado.

Fonte: Estadão