Alemanha começa o ano mais ecológica, com impostos sobre emissão de CO2.

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Com a chegada do novo ano, a Alemanha lança dois projetos emblemáticos para sua transição energética: o faturamento de cada tonelada de CO2 emitida por transportes e habitações, e a eliminação gradativa do uso de carvão, com o fechamento de uma ...

Com a chegada do novo ano, a Alemanha lança dois projetos emblemáticos para sua transição energética: o faturamento de cada tonelada de CO2 emitida por transportes e habitações, e a eliminação gradativa do uso de carvão, com o fechamento de uma primeira termelétrica.

Por Sergio Correa, correspondente da RFI na Alemanha Um novo recorde foi alcançado em 2020 na Alemanha: 46% da energia utilizada no país veio de fontes renováveis.

Agora, o próximo objetivo desta década que se inicia é aumentar o percentual para 65%. Para apoiar esta meta a partir deste ano de 2021, haverá um imposto sobre as emissões de CO2.

A partir desta sexta-feira (1°), cada empresa que comercializa combustíveis fósseis terá que pagar € 25 (cerca de R$ 160) por cada tonelada de CO2 produzida por esses combustíveis. Em 2025, o valor passará de € 25 para € 55 por tonelada gerada.

O ponto sensível dessas medidas, por outro lado, é que será o consumidor final a pagar a conta. Quem tem carro, por exemplo, terá que pagar 7 centavos de euro a mais por litro de gasolina. Além disso, os custos de aquecimento, expressivos em países com invernos longos como a Alemanha, também aumentarão para os inquilinos de imóveis alugados, uma vez que eles não têm autonomia para escolher o tipo de energia dos imóveis que ocupam, decisão que cabe aos proprietários. O governo tentará equilibrar esse aumento de custo para os inquilinos, reduzindo o preço da eletricidade e fornecendo subsídios para famílias de baixa renda.

O governo acredita que a aplicação desses impostos levará os alemães a instalar mais painéis solares ou comprar mais carros elétricos, embora as duas alternativas ainda estejam longe de poder substituir suas antecessoras: os carros elétricos têm pouca autonomia e demoram muito para recarregar, e os painéis solares ainda apresentam um desempenho ruim e sua energia deve ser armazenada em baterias que perdem gradualmente a carga. Grandes são as ambições verdes no país, mas a tecnologia verde ainda deixa a desejar.

O fim do carvão

Autoridades alemãs também planejam desativar, a partir desta sexta-feira, uma usina termelétrica de 300 megawatts lançada em 1968 em Niederaussem, no oeste do país. Com o encerramento de suas atividades, a primeira economia europeia irá inaugurar seu ambicioso projeto de abandonar o carvão, um combustível poluente, até 2038.

Ao mesmo tempo, 4,7 gigawatts de capacidade em diversas usinas termelétricas a carvão do país estão sendo desconectadas neste 1º de janeiro.

Aprovada pelo Parlamento em julho, a lei sobre o fim do uso do carvão prevê que o prazo final, de 2038, pode ser adiado em três anos, dependendo do andamento do plano.

(Com informações da AFP)


Fonte: UOL