Amil: ‘Reforma tributária precisa considerar essencialidade da cadeia da saúde’

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Renato Casarotti, da UnitedHealth Group, diz que atuais projeções de impacto da reforma podem trazer conclusões equivocadas

A expectativa do UnitedHealth Group Brasil, controlador da Amil, acerca do andamento da reforma do sistema tributário brasileiro é que as discussões para o amadurecimento da proposta considerem, principalmente, a essencialidade da cadeia de atividades da saúde no país.

Em entrevista por e-mail ao JOTA, Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais do UnitedHealth Group Brasil, avalia que ainda é cedo para fazer projeções precisas sobre o impacto do projeto da reforma tributária, que ainda não está finalizado, ao setor.

Casarotti antecipa, no entanto, que entende que as mudanças poderão ajudar a “diminuir a burocracia e ampliar a transparência” tanto para o consumidor que já utiliza planos de saúde privados, quanto para aqueles que ainda não têm, mas são potenciais clientes.

Em sua avaliação, possíveis reduções tributárias ao setor podem impulsionar uma maior oferta de planos de saúde para a população no geral, “aliviando a crescente pressão sobre o SUS”.

Leia a entrevista na íntegra:

Em uma perspectiva geral, qual a avaliação da Amil sobre a reforma tributária?

Concordamos que a reforma é necessária, pois o sistema brasileiro está defasado. Esperamos que ela traga mais transparência, simplicidade e agilidade para o setor e para os beneficiários de planos de saúde. Dessa forma, permitindo que a saúde suplementar esteja ao alcance de cada vez mais brasileiros.

Defendemos mais isonomia, transparência, racionalidade e mais acesso à saúde privada, aliviando a crescente pressão sobre o SUS. Isso é fazer com que o sistema de saúde funcione melhor para todos.

Já existe alguma projeção da Amil sobre o impacto da reforma para o setor de saúde?

Devido à indefinição sobre o texto final da proposta, não temos, hoje, condições para fazer qualquer projeção fidedigna. Quaisquer análises nesse sentido tendem a ser precipitadas e podem levar a conclusões equivocadas.

Há algum aspecto da reforma que afeta diretamente o modelo de negócio da Amil? Se sim, o que mais preocupa?

Novamente, a aferição desse impacto dependerá das definições futuras. Nesse momento, estimativas e projeções tendem a ser meramente especulativas e pouco confiáveis.

Quais são os pontos positivos da reforma?

Acreditamos que a reforma tributária ajudará a diminuir a burocracia e ampliar a transparência para o consumidor.

Além disso, uma reforma tributária que considere a essencialidade da cadeia da saúde auxiliará a iniciativa privada a atenuar os gastos públicos e permitir que mais pessoas tenham acesso à oferta de planos de saúde.

A empresa está fazendo alguma mudança importante por causa da reforma? Há alguma providência sendo tomada para minimizar possíveis impactos?

Como a proposta que vai adiante ainda não está definida, temos ampliado o diálogo com os públicos de interesse e estudado a realidade de outros países. Assim, estamos nos preparando para que, quando os aspectos da reforma forem definidos, consigamos cumpri-los com os menores impactos possíveis.

No caso de questões relativas à possibilidade de aumento da carga tributária, o governo diz que não consegue calcular o impacto efetivo que a reforma terá em cada setor, porque há muitas regras, benefícios e isenções. Em termos de alíquotas, no pós-reforma, alguns pagarão menos e outros mais. O conceito que o governo defende é que, com o tempo, a simplificação trará benefícios a todos, como a diminuição do contencioso. Como a Amil vê esse raciocínio?

Ainda há indefinição de qual será o texto referência, mas independentemente de ser um modelo cumulativo ou não cumulativo a grande diferença para o nosso consumidor será determinada pelo fato de a cadeia de saúde ter ou não um tratamento tributário diferenciado.

De forma geral, esperamos que a reforma tributária não traga custos incrementais para as empresas, que já mantêm altos gastos e contribuem com o desafogamento do SUS ao oferecer planos de saúde a milhares de funcionários no Brasil.

Fonte: Jota