Guedes sinaliza redução do IPI tão logo PLP com desoneração do diesel avance

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Expectativa no ministério é que projeto avance semana que vem, esvaziando propostas mais ousadas discutidas no Congresso

O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu aos empresários do setor industrial com quem se reuniu na tarde desta sexta-feira (11/2) sinal de que pretende reduzir em breve em 25%, de forma linear para os diversos setores, o IPI. No encontro virtual, segundo apurou o JOTA, Guedes disse que pretende fazer isso tão logo esteja equacionado o encaminhamento do tema dos combustíveis, a partir do avanço do projeto de lei complementar (PLP 11), que trata da mudança na regra do ICMS para gasolina e que a pasta pretende incluir a desoneração apenas do diesel. A expectativa no ministério é que o PLP avance semana que vem, esvaziando as propostas mais ousadas que estão sendo discutidas no Congresso.

Nesse sentido, o chefe da Economia também contou com um amplo apoio dos representantes industriais ali presentes, que criticaram ideias da área política do governo de desonerar também a gasolina e outros combustíveis, o que elevaria demais o custo fiscal, tomando espaço de outras medidas. Guedes deixou claro que continua trabalhando para um enterro definitivo das PECs que tratam do tema, que têm sido classificadas na pasta de “kamikaze” e “loucura”.

A redução do IPI é uma medida que reduz custos do setor industrial. Um interlocutor presente ao encontro aponta que os empresários demandaram um corte de ao menos 50%, embora considerem que começar com 25% já seria um grande avanço, afetando toda a cadeia produtiva, reduzindo preços e promovendo aumento de vendas. Uma fonte recorda que as desonerações temporárias de IPI no governo Dilma elevaram fortemente a demanda por produtos como geladeiras e fogões e esse efeito pode se repetir, com a vantagem de ser um corte definitivo.

É preciso ressaltar que o repasse da desoneração para os preços não é garantido. De qualquer forma, representa uma redução de custos que pode chegar ao consumidor fiscal nos segmentos em que há maior competição. Além disso, tem efeitos indiretos, como lembra uma fonte. Um exemplo é na cesta básica, que é totalmente desonerada, mas tem preços maiores porque o IPI incide sobre as embalagens dos produtos.

A próxima semana será marcada pela discussão no Senado do PLP que trata dos combustíveis, relatado pelo senador petista Jean Paul Prates (RN). O início formal do debate em plenário está previsto para 15 de fevereiro.

Além da questão do IPI, o setor industrial fez uma série de outros pleitos a Guedes, que ficou de pedir para seus técnicos analisarem. Entre eles está uma postergação do pagamento de tributos por 15 a 30 dias, por conta da alta dos juros. Outro pedido é para que se avalie a redução de recursos para o Proex, que dá subsídio financeiro para exportação e que perdeu recursos para a agricultura.


Fonte: Jota