Impostos, tributos e contribuições: veja o que foi adiado ou reduzido durante a pandemia

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Mudanças beneficiam não só empresas, mas também pequenos negócios e microempreendedores individuais...

Mudanças beneficiam não só empresas, mas também pequenos negócios e microempreendedores individuais

 

O governo anunciou uma série de medidas tributárias que adia, suspende ou altera o valor a ser recolhido aos cofres públicos e também os prazos de pagamento ou entrega de declarações.

 

As mudanças atingem e beneficiam não só empresas, mas também pequenos negócios, microempreendedores individuais, empregadores de trabalhadores domésticos e pessoas físicas.

 

O conjunto de medidas inclui:

 

    Prorrogação do pagamento dos tributos do Simples Nacional

    Adiamento e parcelamento do FGTS dos trabalhadores

    Adiamento do PIS, Pasep, Cofins e da contribuição previdenciária

    Redução da contribuição obrigatória ao Sistema S

    Redução do IOF sobre operações de crédito

    Prorrogação do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda

    Redução de IPI de produtos médico-hospitalares

    Redução de imposto de importação de produtos médico-hospitalares

    Prorrogação da validade de certidões de débitos e créditos tributários

 

 

Veja abaixo o que já foi anunciado até o momento, por tributo:

 

Entenda as medidas econômicas anunciadas para pessoas físicas e jurídicas

 

1. Prorrogação do pagamento dos tributos do Simples Nacional

 

O governo prorrogou, por 6 meses, o prazo para pagamento dos tributos federais no âmbito do Simples Nacional, relativos aos períodos de março, abril e maio. A medida vale para pequenas empresas e também se aplica aos Microempreendedores Individuais (MEIs). Assim:

 

    a apuração março, que seria paga em 20 de abril, fica com vencimento para 20 de outubro;

    a apuração de abril, que seria paga em 20 de maio, fica com vencimento para 20 de novembro;

    a apuração de maio, que seria paga em 22 de junho, fica com vencimento para 21 de dezembro.

 

 

Já os tributos estaduais e municipais (ICMS e ISS) do Simples foram prorrogados por 90 dias, ficando assim:

 

    a apuração março, que seria paga em 20 de abril, fica com vencimento para 20 de julho;

    a apuração de abril, que seria paga em 20 de maio, fica com vencimento para 20 de agosto;

    a apuração de maio, que seria paga em 22 de junho, fica com vencimento para 21 de setembro.

 

 

Foi prorrogado também o prazo de apresentação da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis) para as empresas do Simples Nacional e da Declaração Anual Simplificada para o Microempreendedor Individual (DASN-Simei), referentes ao ano calendário de 2019. O prazo agora se estenderá até o dia 30 de junho.

 

2. Adiamento e parcelamento do FGTS dos trabalhadores

 

Foi autorizado o adiamento e pagamento parcelado do depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores. O pagamento poderá ser feito só a partir de julho, em 6 parcelas fixas.

 

Todos os empregadores, inclusive o empregador de trabalhador doméstico, poderão se beneficiar da medida. Funcionará assim:

 

    fica suspensa a obrigatoriedade do recolhimento referente aos períodos de março, abril e maio, com vencimento em abril, maio e junho;

    Para ter direito ao benefício, o empregador é obrigado a declarar as informações no eSocial até o dia 7 de cada mês e a emitir a guia de recolhimento do Documento de Arrecadação (DAE);

    o recolhimento do FGTS poderá ser feito em 6 parcelas fixas com vencimento no dia 7 de cada mês, com início em julho e fim em dezembro.

 

3. Adiamento do PIS, Pasep, Cofins e da contribuição previdenciária

 

O governo adiou o pagamento do PIS, Pasep, Cofins e também da contribuição previdenciária patronal de empresas e empregadores de trabalhadores domésticos. O vencimento de abril e maio, relativo às competências de março e abril, passou para agosto e outubro.

 

O governo estima que são R$ 80 bilhões que ficarão no caixa dessas empresas com esta postergação.

 

 

4. Redução da contribuição obrigatória ao Sistema S

 

As contribuições obrigatórias das empresas ao Sistema S serão reduzidas em 50% por 3 meses. A estimativa é que as empresas deixem de pagar R$ 2,2 bilhões no período. Serão afetadas pela medida as seguintes instituições: Senai, Sesi, Sesc, Sest, Sescoop, Senac, Senat e Senar.

 

Os percentuais de contribuição, que até então variavam de 0,2% a 2,5%, passam a ser os seguintes:

 

    Sescoop: 1,25%

    Sesi, Sesc e Sest: 0,75%

    Senac, Senai e Senat: 0,5%

    Senar: 1,25% a contribuição incidente sobre a folha de pagamento; 0,125% da contribuição incidente sobre a receita da comercialização da produção rural devida pelo produtor rural pessoa jurídica e pela agroindústria; e 0,1% da contribuição incidente sobre a receita da comercialização da produção rural devida pelo produtor rural pessoa física e segurado especial

 

5. Redução do IOF sobre operações de crédito

 

O governo também reduziu a zero – por 90 dias – a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito. A alíquota era de 3% ao ano.

 

O benefício vale para as operações de crédito contratadas entre 3 de abril e 3 de julho. Com a medida, o governo deixará de arrecadar R$ 7 milhões, segundo estimativa da Receita Federal.

 

 

6. Prorrogação do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda

 

 

Em razão da pandemia, a Receita Federal prorrogou o prazo de entrega da declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) por 60 dias. O prazo final passou de 30 de abril para 30 de junho.

 

Também foi prorrogado para o dia 30 de junho o prazo para a apresentação da Declaração Final de Espólio e da Declaração de Saída Definitiva do País para estrangeiros ou brasileiros que moram no exterior.

 

 

7. Redução de IPI de produtos médico-hospitalares

 

Decreto do governo federal zerou até 30 de setembro as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de artigos de laboratório ou de farmácia, luvas, termômetros clínicos e outros produtos utilizados na prevenção e tratamento do coronavírus.

 

A renúncia fiscal decorrente desta medida é estimada em R$ 26,6 milhões.

 

 

8. Redução de imposto de importação de produtos médico-hospitalares

 

 

O governo federal zerou tarifas de importação de produtos farmacêuticos e equipamentos médico-hospitalares utilizados no combate ao novo coronavírus. O período com alíquotas zeradas vai até 30 de setembro.

 

Conforme o Ministério da Economia, 61 itens ficam com a tarifa de importação zerada.

 

A lista abrange itens que tinham tarifas de importação de até 35%, incluindo kits para testes de coronavírus, luvas de proteção, termômetros e agulhas, equipamentos de intubação e aparelhos de respiração artificial (ventiladores).

 

 

9. Prorrogação da validade de certidões de débitos e créditos tributários


 

Foi anunciada também a prorrogação por 90 dias do prazo de validade das Certidões Negativas de Débitos (CND) e das Certidões Positivas com Efeitos de Negativas (CNEND) já emitidas, ambas relativas à Créditos Tributários federais e à Divida Ativa da União.

 

Essas duas certidões são necessárias para que as pessoas jurídicas exerçam uma série de atividades, como, por exemplo, participar de licitações ou obter financiamentos.

 

 

O que não mudou ou não tem definição

 

Nada mudou até o momento nos prazos e regras em tributos como o Imposto sobre a Renda (IR) das empresas e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

 

“O governo federal veio concedendo, paulatinamente, medidas pretendendo aliviar os encargos tributários das empresas. Iniciou com as micro e pequenas empresas, postergando os tributos recolhidos no regime do Simples Nacional, depois com os tributos que incidem sobre mercadorias importantes para o combate à pandemia e, por último, lançou um pacote mais abrangente que incide sobre as demais empresas", afirma Felipe Fleury, sócio da área tributária do Zockun & Fleury Advogados. "Mas nem todos os tributos foram postergados. Por isso, muitas empresas continuam com o seu pleito perante o poder judiciário, para que esses tributos também sejam postergados".

 

No âmbito estadual e municipal, em meio ao temor de queda na arrecadação, foram prorrogados os pagamento do ICMS e do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS) apenas para empresas e Microempreendedores Individuais (MEI) que estejam enquadradas no Simples Nacional.

 

 

Algumas prefeituras decidiram adiar o cronograma de pagamento do IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana), mas em diversas capitais nada mudou. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) disse que é contra a prorrogação ou isenção de IPTU.

 

Fonte: Fenacon