Sindicato rural quer isenção do ICMS para o etanol

Últimas Notícias
Entidade acredita que redução na venda de combustíveis pode estimular desemprego no setor sucroenergético...

Entidade acredita que redução na venda de combustíveis pode estimular desemprego no setor sucroenergético

 

O preço dos combustíveis sofreu quedas nos últimos meses. Mesmo com o etanol vendido abaixo dos R$ 3, o combustível ainda não é mais atrativo que a gasolina. Para tentar tornar o preço mais competitivo, o Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG) encaminhou documento ao Governo do Estado, nesta sexta-feira (24) pedindo a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do biocombustível.

 

Segundo o sindicato a idéia é que se evite prejuízos ao setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul. “Torna-se um efeito cascata. Isso pode gerar danos graves ao setor, principalmente nos municípios do interior, que podem enfrentar o desemprego, já estimulado pela Covid-19”, disse o presidente do SRCG, Alessandro Coelho.

 

O presidente do sindicato ainda reforça que apesar do momento ser delicado aos cofres públicos, “não visualizamos outro meio de amenizar os impactos no setor sucroalcooleiro, se não diminuir impostos, como o ICMS”, justifica.

 

A expectativa dos consumidores era de que o preço do etanol fosse reduzido após a queda no ICMS em fevereiro deste ano. A alíquota, que era de 25%, passou para 20%. No entanto, a queda no preço do litro do combustível só apareceu agora em razão da redução de 60% nas vendas, causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). É a primeira vez desde julho de 2017 que o litro do combustível é vendido abaixo de R$ 3 na Capital.

 

Coelho ao ressalta que para formulação da gasolina também é necessário um percentual de etanol. “Com essa queda da demanda as empresas e distribuidoras, reduziram muito a compra, porque não tem para quem vender, estão com os estoques cheios e, consequentemente, o preço também está caindo”.

 

O sindicato teme o aumento do desemprego no setor e por isso pediu ao governo do Estado a isenção do imposto. "Nosso maior receio é que as consequências atinjam ainda mais fortemente as classes de produtores e trabalhadores rurais. São profissionais que se dedicam à atividades, muitas vezes, com margens achatadas e a situação pode deixar os rendimentos abaixo do custo de produção", finaliza o presidente, Alessandro Coelho.

 

PREÇOS

 

Levantamento realizado semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que, na semana passada, o litro do etanol custava, em média, R$ 3,261 no Estado, indo de R$ 2,909 a R$ 3,999. Enquanto a gasolina custou uma média de R$ 4,150, sendo comercializada entre R$ 3,979 e R$ 4,920.

 

Na primeira semana de fevereiro, o etanol chegou a bater R$ 3,713; e no mesmo mês do ano passado o litro custava R$ 3,168. Conforme a série histórica da ANP, o combustível só foi comercializado com valor abaixo de R$ 3 em Mato Grosso do Sul em julho de 2017, quando o litro do etanol custava R$ 2,903. 

 

Fonte: Fenacon